O governo dos Estados Unidos anunciou hoje a redução da lista de produtos brasileiros que sofrerão aumento de tarifas para entrar no mercado norte-americano. O decreto, publicado nesta quarta-feira, isenta determinados alimentos, celulose, minérios e produtos de energia e aviação civil, entre centenas de outros. A Bolsa de valores reagiu favoravelmente às exceções, com a Embraer registrando alta de 10%, e o dólar, que subia fortemente, recuou após o anúncio.
A decisão atenua, mas não elimina os impactos negativos sobre a economia brasileira.
A ameaça, chantagem e a decisão unilateral dos EUA de aumentar as tarifas comerciais internacionais revelam desrespeito aos contratos firmados.
Trump argumentou que o Brasil sofreria com a tarifa maior que os outros países, em função da condenação de Bolsonaro pela tentativa de golpe, entre outros crimes. Flagrante invasão da autonomia interna do país. Além do falso discurso de que a balança comercial com o Brasil ser desfavorável aos EUA, fato contrário à realidade. O jogo de interesses de Donald Trump com a família Bolsonaro coloca em risco milhares de empregos e empresas brasileiras, no campo e na cidade.
O decreto diz que – “Membros do Governo do Brasil também estão perseguindo politicamente um ex-Presidente do Brasil, o que está contribuindo para a deliberada deterioração do estado de direito no Brasil, para intimidação politicamente motivada naquele país e para abusos de direitos humanos.”. Assim, o governo estrangeiro está misturando e julgando as ações do poderes, constitucionalmente, constituídos num país soberano.
Em outro trecho do decreto há citação direta ao ministro do STF, Alexandre de Moraes – “o Ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro Alexandre de Moraes abusou de sua autoridade judicial para atingir opositores políticos, proteger aliados corruptos e suprimir dissidência, frequentemente em coordenação com outros funcionários brasileiros”. Pronto. O governo estadunidense se investiu na condição de órgão julgador da nossa suprema corte.
Teoria do louco
Na política, a Teoria do Louco prevê que um líder vai tentar convencer os outros de que ele é capaz de qualquer coisa para atingir os seus objetivos, sem seguir as regras da diplomacia. Segundo o pesquisador norte-americano James Boys, o uso da Teoria do Louco segue a lógica deliberada para conseguir um acordo vantajoso, propondo o absurdo para confundir a outra parte e fechar o negócio nos termos que desejado unilaralmente. A sua origem vem da segunda guerra mundial, quando Hitler usava a sua reputação de louco, errático e imprevisível para aumentar as suas conquistas. Há fortes evidências de que Trump está usando a Teoria do Louco como estratégia para obter mais vantagens comerciais e políticas sobre o resto do mundo.
O governo brasileiro declarou que segue negociando "com altivez e firmeza" para reverter integralmente o tarifaço, que atinge diretamente setores estratégicos da economia nacional.