Porto Seguro, 26 de julho de 2025 – A Prefeitura de Porto Seguro viveu uma sexta-feira de terremoto político com a publicação do decreto 16.747/25, que exonerou todos os secretários, subsecretários, procurador, subprocurador e adjuntos. A única exceção foi o Secretário da Casa Civil, Josemar Siquara, e o Secretário interino de Saúde, Renato Vaca.
A medida, que já circulava nos bastidores, confirma aquilo que muitos já percebiam nas ruas: a gestão de Jânio Natal naufragou. Ao reformar todo o time depois de cinco anos de governo, o prefeito escancara a falência do modelo adotado até aqui — marcado por promessas não cumpridas, lentidão em áreas-chave e falta de sintonia com as necessidades reais da população.
A exoneração em massa representa mais do que uma simples troca de nomes: é o reconhecimento, ainda que não verbalizado, de que o governo fracassou na condução de muitas das suas pastas. O prefeito, que obteve votação recorde em 2024, parece agora tentar apagar o incêndio com a demissão generalizada do alto escalão. Resta saber se a renovação da equipe será suficiente para resgatar a confiança da população.
Apesar da tentativa de apresentar a mudança como um gesto de coragem e compromisso, o que se vê é um governo que precisou chegar ao seu limite para tomar decisões estruturais. Se houve uma “avaliação criteriosa” — como dizem aliados — ela demorou demais para acontecer, em prejuízo de setores que há tempos operam abaixo do esperado.
Recentemente nomeados, os secretários Cristiane Chiachio (Mulheres) e João Cunha Pataxó (Assuntos Indígenas) permanecem, mas ainda não tiveram tempo de mostrar a que vieram. A expectativa agora se volta aos novos nomes que serão escolhidos para assumir a missão de reorganizar uma casa que há tempos precisa de reformas — mas não apenas nas cadeiras de comando.
O discurso de “compromisso com a população” já não basta. A cidade quer ver resultados concretos, não mais anúncios grandiosos seguidos de inércia. Porto Seguro precisa de planejamento, competência e gestão séria — não apenas de trocas para inglês e cumprimento de compromissos políticos em prejuízo da população.