
O Ministério Público da Bahia (MPBA) instaurou um inquérito civil para apurar suspeitas de enriquecimento ilícito envolvendo a ex-diretora-geral do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Márcia Cristina Telles de Araújo Lima. A investigação faz parte da Operação Ceres e analisa se a ex-gestora recebeu vantagens indevidas enquanto esteve à frente do órgão.
Segundo o MP, entre 2018 e 2024, o esquema teria movimentado cerca de R$ 16,5 milhões em processos fraudulentos de licenciamento ambiental para beneficiar grandes fazendeiros do oeste da Bahia. Embora não figure entre os denunciados criminalmente, Márcia Telles é investigada na esfera civil por suposta prática de improbidade administrativa.
Outros oito envolvidos, entre ex-funcionários do Inema, consultores e fazendeiros, já foram denunciados por corrupção, associação criminosa e crimes ambientais. O caso segue em tramitação na Justiça.
Márcia Telles ingressou no Inema em 2006 e assumiu a direção-geral em 2012, ainda no governo Jaques Wagner. Foi secretária interina do Meio Ambiente em 2021, no governo Rui Costa, e permaneceu no cargo até 2023, quando foi exonerada. Ela já havia sido alvo de outras investigações por omissão de informações e danos ambientais.
O Inema afirmou que os fatos apurados ocorreram antes da atual gestão e que o órgão vem adotando medidas para fortalecer a transparência e o combate à corrupção. A Associação dos Servidores de Meio Ambiente (ASCRA) repudiou as práticas denunciadas e defendeu maior integridade nos processos ambientais.
Fonte: A Tarde